terça-feira, 13 de abril de 2010

Declarações

Não conheço a fundo o trabalho do jornalista Ricardo Noblat. Não sei se é venal; não sei se é sério em suas convicções; também desconheço quem de nós (salvo "yo", evidentemente) do Caos à política postou seu blogue nos linques aqui constantes. Do pouco que li de seu blogue, é pró-Serra, porque é claro em fazê-lo, o que me parece bom.

Do porquê dessas considerações. Dos jornalistas que vou descobrindo, lendo, peneirando e/ou relendo, o Noblat (que acabo de descobrir) foi o único que foi corajoso o bastante para demonstrar que uma declaração pública é um discurso direto. E que sua transformação em discurso indireto ou, a depender do gênero textual em que é retextualizada, discurso indireto livre (pra valer-me das velhas, e úteis, categorias do Gérard Genette), é um trabalho que pode implicar na ressemantização completa do dizer. E, neste processo, ganhar os matizes possíveis de quaisquer desvios, da ovação à má-fé e desonestidade intelectual (ou, não raro, de um ódio cru e gratuito). Ricardo Noblat escreveu em seu blogue (http://oglobo.globo.com/pais/noblat/posts/2010/04/12/esquecam-que-escrevi-nesse-caso-283200.asp) um pedido de desculpas muito claro à candidata à Presidência da República Dilma Rousseff porque afirmou que ela teria deixado entender que seu oponente, o sr. José Serra, "fugiu da luta" contra a ditadura no Brasil e se exilou no exterior. O post como pedido de desculpas data de 12/04/2010, às 18:30.

Acontece que o próprio Noblat posteriormente retirou sua interpretação que dava suporte ao pedido de desculpas (e remeto vocês leitores a buscarem o texto "Ação para prejudicar Serra se voltou contra Dilma", postado em 13/04/2010, às 18:10, aqui: http://oglobo.globo.com/pais/noblat/). Neste último post ele imputou à Dilma Rousseff a responsabilidade do sentido. Isto é, o sentido passou a ser só do emissor, e não da comunidade virtual de receptores. Algo como se ela efetivamente afirmou (ainda que nas entrelinhas) que Serra, e por ilação, todos os exilados "fugiram da luta", só ela saberá se significou isso ou não porque foi ela quem falou. Se eu não estiver enganado, tanto na análise quanto na denominação, esse troço chama-se tautologia. Registre-se um aspecto: neste último post, ele não menciona seu post de 12/04, em que escrevera um formal pedido de desculpas à Candidata. Textualmente, ali, ignora-o por completo.

Por que Noblat mudou tão rapidamente de posição? Por que não explicou para seu(s) leitore(s) essa mudança? Alguma imposição supeiror? Não sei, não posso afirmá-lo. E antes que me acusem de ver com maus olhos a possibilidade de revisão de conceitos, e mudança de posição – o que acho saudável –, digo apenas que me causou uma certa espécie menos a mudança de sua leitura do que a forma como o fez. É por isso que abri esse texto questionando quem é Ricardo Noblat.

Das conquistas que a internete nos trouxe, uma delas – quiçá a mais valorosa – é a possibilidade de difusão de informações para que a tempo mais curto sejamos capazes de aprender mais; rever nossos conceitos, informarmo-nos e formamo-nos melhores leitores. Acho até que a internete grosso modo trouxe à práxis aquela sacada atribuída ao Mark Twain: “Nunca deixei minha escolaridade interferir na minha formação”. Há, resta claro, o risco de tanta informação tornar-se "poeira nos olhos" (salvo engano, essa frase é do linguista Roman Jakoboson). Mas, se é inevitável a escolha de uma postura perante a vida, eu prefiro a otimista. E fico com Mark Twain.

De sorte que tal oferta de informação tem me levado, quando e na medida do possível, a "ler os originais" – algo que nos cobram na academia, taí uma coisa boa que a pós-graduação me legou – de textos, declarações e discursos de "figurões" que circulam na imprensa. Acredito mesmo que a exegese que os jornais fazem de declarações e textos de terceiros em geral mereceria um estudo mais aprofundado (em linguística antropológica a tese teria como título "Processos de entextualização e retextualização na imprensa brasileira: o caso das declarações políticas", hahahaha!!). Afinal, com tanto acesso ao "original", por que fiarmo-nos from the outset (ou, para ser chic, dès le debut, já que inglês é a próxima língua que essa maldita classe C há de aprender e, como "brincaram", por aí, massa, só se for "cheirosa") numa outra leitura quando podemos partir da nossa própria?

Li na íntegra o discurso da sr. Dilma Rousseff pronunciado em 10/04/2010 em evento no ABC paulista, reproduzido em diversos blogues. Não é extenso. Disponibilizo a página do Estadão que contém o mesmo, completo (http://blogs.estadao.com.br/radar-politico/2010/04/10/a-integra-do-discurso-de-dilma-rousseff-no-abc/)

Longe de querer fazer uma mega-super-hiper-ultra leitura do texto – não é essa a pretensão; até porque, tenho de voltar pro meu trabalho – não resisto a ater-me, de início, aos dois primeiros pontos do discurso:

“Companheiros e Companheiras do ABC
Estou aqui hoje e quero aproveitar este momento para me identificar com maior clareza. Os da oposição precisam dizer quem são. Vocês sabem quem eu sou, e vão saber ainda mais. O que eu fiz, o que planejo fazer e, uma coisa muito importante, o que eu não faço de jeito nenhum. Por isso gostaria de dizer que:

1 Eu não fujo quando a situação fica difícil. Eu não tenho medo da luta. Posso apanhar, sofrer, ser maltratada, mas estou sempre firme com minhas convicções. Em cada época da minha vida, fiz o que fiz por acreditar no que fazia. Só segui o que a minha alma e o meu coração mandavam. Nunca me submeti. Nunca abandonei o barco.

2 Eu não sou de esmorecer. Vocês não me verão entregando os pontos, desistindo, jogando a toalha. Vou lutar até o fim por aquilo em que acredito. Estarei velhinha, ao lado dos meus netos, mas lutando sempre pelos meus princípios. Por um País desenvolvido com oportunidades para todos, com renda e mobilidade social, soberano e democrático;


Cara leitora do Caos à Política (com licença, Joaquim Maria), repare: o esforço interpretativo de recontextualização do item 1 do discurso em situá-lo no contexto da ditadura é até possível, desde que se considere que Dilma atuou na luta armada e se interprete que os verbos “apanhar”, “sofrer” e a locução verbal “ser maltratada” abririam esse espaço semântico. Mas... a partir daí, afirmar que ela está falando já na abertura do texto, assim na lata, justamente do José Serra (“nunca abandonei o barco”) é chamá-lo, de antemão, de cagão, não? Não há que se fazer um esforço e tanto para se chegar a tal conclusão? Por que os ditos grandes jornais – e seus ventríloquos ici et là bas – construíram apenas essa interpretação, e ignoraram sua correlação com o item 2?

Em reportagem na edição de hoje (assinada por ANA FLOR, NOELI MENEZES E MARIA CLARA CABRAL), a Folha de S. Paulo afirma que “Petistas ouvidos pela Folha citaram os ataques "velados" à participação de Dilma na luta contra a ditadura feitos pelo presidente do PSDB, Sérgio Guerra, em discurso no sábado. Guerra afirmou que Serra foi "corajoso, não se curvou frente ao autoritarismo do regime militar, não sucumbiu à insensatez de atos irresponsáveis".

Cara, essa informação conseguida “em off” procede? Qual discurso do Sérgio Guerra, algum proferido no dia 10/04? Se sim, os eventos do PT, no ABC paulista, e do PSDB (sim, aquele mesmo a que a sra. Eliane Cantanhêde compareceu toda serelepe) foram simultâneos? Ainda que não tenham sido, a sra. Dilma leu seu discurso; a abertura de seu texto não foi falada de improviso, não haveria tempo para que seu discurso fosse elaborado assim que o PT tivesse tomado conhecimento do discurso proferido pelo presidente do PSDB... (é confiável o trabalho de apuração da Folha?)

Permito-me ainda outra pergunta. Por que não interpretaram o discurso de Dilma num frame feminista, por exemplo? Talvez porque a sra. Dilma é fálica demais para até mesmo ser feminista (adoraria ler um livro/tese/artigo que debatesse como a Inglaterra, Alemanha e o Chile lidaram com figuras femininas fálicas em seus respectivos momentos históricos). A sociedade (e a direita) brasileira não admitiriam uma figura feminina fálica? Cara, se a sra. Kátia Abreu for a candidata a vice-presidente na coligação DEM-PSDB-PPS será um pleito eleitoral e tanto!

3 Eu não apelo. Vocês não verão Dilma Rousseff usando métodos desonestos e eticamente condenáveis para ganhar ou vencer. Não me verão usando mercenários para caluniar e difamar adversários. Não me verão fazendo ou permitindo que meus seguidores cometam ataques pessoais a ninguém. Minhas críticas serão duras, mas serão políticas e civilizadas. Mesmo que eu seja alvo de ataques difamantes.

Nessa parte eu ainda não acredito, procurarei observar a postura dela.

Aos três pontos finais, 4, 5 e 6:

4 Eu não traio o povo brasileiro. Tudo o que eu fiz em política sempre foi em defesa do povo brasileiro. Eu nunca traí os interesses e os direitos do povo. E nunca trairei. Vocês não me verão por aí pedindo que esqueçam o que afirmei ou escrevi. O povo brasleiro é a minha bússola. A eles dedico meu maior esforço. É por eles que qualquer sacrifício vale a pena.

5 Eu não entrego o meu país. Tenham certeza de que nunca, jamais me verão tomando decisões ou assumindo posições que signifiquem a entrega das riquezas nacionais a quem quer que seja. Não vou destruir o estado, diminuindo seu papel a ponto de tornar-se omisso e inexistente. Não permitirei, se tiver forças para isto, que o patrimônio nacional, representado por suas riquezas naturais e suas empresas públicas, seja dilapidado e partido em pedaços . O estado deve estar a serviço do interesse nacional e da emancipação do povo brasileiro.
6 Eu respeito os movimenos sociais. Esteja onde estiver, respeitarei sempre os movimentos sociais, o movimento sindical, as organizações independentes do povo. Farei isso porque entendo que os movimentos sociais são a base de uma sociedade verdadeiramente democrática. Defendo com unhas e dentes a democracia representativa e vejo nela uma das mais importantes conquistas da humanidade. Tendo passado tudo o que passei justamente pela falta de liberdade e por estar lutando pela liberdade, valorizo e defenderei a democracia. Defendo também que democracia é voto, é opinião. Mas democracia é também conquista de direitos e oportunidades. É participação, é distribuição de renda, é divisão de poder. A democracia que desrespeita os movimentos sociais fica comprometida e precisa mudar para não definhar. O que estamos fazendo no governo Lula e continuaremos fazendo é garantir que todos sejam ouvidos.

Como se observa, é evidente que há alusão ao sr. Fernando Henrique Cardoso no ponto 5. Quanto ao 6, por que a imprensa não se deu o trabalho de fazer sua exegese? Ora, nele é contemplada a democracia representativa (mais liberal, do ponto de vista da política de Estado, do que isso, desconheço) “com unhas e dentes”. Ao mesmo tempo, são chamados à palavra os movimentos sociais. A meu ver, síntese de uma possível tentativa de uma nova agenda na política oficial do PT hodierno num eventual governo Dilma: a possibilidade de implementação de algo à la uma social-democracia no Brasil. OK, não estivemos isentos nos anos Lula de uma cooptação aqui (UNE); um afago nuns ruralistas ali (MP 458, por exemplo). O ponto 6 como um todo dá a entender que se busca um capitalismo com rede de proteção social e capitalismo de povão que não deslegitima os diferentes sujeitos históricos. Porque o Brasil é populoso, e a maioria de sua população ainda é pobre e com pouca incursão na educação formal, mas organizada coletivamente em diferentes instâncias.
Volto à doxa (e a seus ventríloquos): ainda que discordem, por que não questionam a candidata, exatamente no ponto 6, qual seria o “respeito” dela pelo, por exemplo, MST?

Finalizo este post (já ficou comprido, nossa, preciso trabalhar!!) comentando a última frase do ponto 6, que é interessantíssima. Dilfma afirma que “O que estamos fazendo no governo Lula e continuaremos fazendo é garantir que todos sejam ouvidos”.
Para comentá-la atenho-me não ao discurso de Dilma, mas à fala do sr. Cláudio Conz, presidente da Associação Nacional dos Comerciantes de Material de Construção (http://www.anamaco.com.br/quem_somos.php ). Ela consta na reportagem assinada por Cristiane Agostine e intitulada “Comparações de Lula ecoam em plateia da construção civil”, do jornal Valor Econômico – que, salvo engano, pertence ao grupo Folha e ao grupo Globo. Na edição digital está no caderno “Política”, pág. 10.

A reportagem trata de discurso do presidente Lula, em 06/04, a empresários do setor de construção civil na abertura da 18a Feira da Construção e Iluminação, em São Paulo. Ao final do texto, o sr. Conz, repito, presidente da Associação Nacional dos Comerciantes de Material de Construção declara: “O que muda entre Dilma e Serra é a forma de dialogar. No Estado [São Paulo], não tivemos diálogo”.

Confesso que fiquei até consternado pelo sr. José Serra quando me dei conta que essa declaração veio de onde veio...

Alguém poderia fazer uma exegese dela para este blogue?





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6 comentários:

Walter Mendes disse...

Renato, não é preciso um esforço descomunal para ligar José Serra à fala de Dilma.

O evento em que discursou foi descadaradamente proclamado como um contraponto social ao lançamento oficial à candidatura de José Serra.

Quando Dilma, na abertura do texto, anuncia que "Os da oposição precisam dizer quem são. Vocês sabem quem eu sou, e vão saber ainda mais", ela não está se referindo nem à Marina nem ao Ciro.

Ela contrapõe explicitamente "não ter medo da luta" versus "abandonar o barco", o que evoca claramente resistência armada em contraponto ao exílio na ditadura militar.

Tanto o discurso quanto a posiçnao discursiva da candidata são as melhores chaves hermenêuticas para a fala dela. Walter

Renato C. Rezende disse...

Então por que o Ricardo Noblat, sendo quem é, pediu desculpas abertas, inequívocas ao que escreveu? Sinceramente, começamos uma campanha com um nível de certa difamação... por isso disse que não acredito ainda no não uso dessa arma por parte da Dilma. Agora, quanto à oposição PSDB-DEM, não sei.

Quando você diz "Ela contrapõe explicitamente "não ter medo da luta" versus "abandonar o barco", o que evoca claramente resistência armada em contraponto ao exílio na ditadura militar".

É essa a leitura que está sendo fabricada. São expressões que são também usadas no cotidiano para referir-se aos desafios que enfrentamos, não "evocam claramente" a ditadura não. Ou você abandonou o barco quando acho que não iria passar na pós? Teve medo da luta?

Se se tomou, de imediato, a figura do José Serra como alvo, foi porque a ele foi atribuído (por seus defensores) a covardia. E ele é covarde, é isso o que acham dele?

Sinceramente, vocês estão com lentes demais nos olhos, Walter. Uma pena você estar assim também. Tudo que vem do outro é mentira, é ataque gratuito. Tudo o que a Dilma diz, segundo post do Nunes, são "platitudes". Por que você não saem - ao menos você! - desse lugar e vão para o embate? Por que não "pegaram" a Dilma quanto a o que significa "respeitar" os movimentos sociais? Taí um prato para discussão propositiva, que envolve muitos setores da sociedade brasileira!!

Por que, de antemão, os movimentos sociais são "esquerdiastas" e "criminosos"?

OK, estamos em começo de campanha. Gostaria de ver do sr. José Serra algo do nível dos textos que ele publicou acerca da Nova República. Gostaria de ver mais de você mais abertura ao diálogo, menos sectarismo. Renato.

Walter Mendes disse...

A leitura exilados versus guerrilheiros proposta para o discurso de Dilma não foi fabricada pela oposição. Pelo contrário, figuras dentro do próprio PT gestaram tal confronto muito antes de Dilma aproveitá-lo na campanha (como é mostrado no post deste blog sobre o Emir Sader).

Concordo com você que as metáforas usadas por Dilma podem ser usadas no contexto do dia a dia para referir-se às lutas genéricas da vida. O problema, Renato, é que as declarações da Dilma não foram proferidas na mesa de jantar ou do happy hour diante de parentes e amigos.

Isolado, o discurso da Dilma não tem o peso que lhe atribuíram. Mas a posição (candidata em campanha) e a situação (contexto político-eleitoral) reúnem dados suficientes para a leitura feita por todas as cabeças pensantes. Os militantes petistas que ouviram o discurso da Dilma ao vivo não reconheceram nele qualquer possibilidade de um suposto tom professoral ou filosófico perante as dificuldades da vida privada.

Serra pode até ser um candidato sem uma proposta política clara (algo com o qual não concordo), mas ele será eleito mais pelas deficiências da Dilma Roussef. Ela é uma estrela sem brilho, sem a astúcia política e o suporte de palco do Lula.

Tal como Ciro Gomes em 2002, tudo o que Dilma precisará para perder a eleição será abrir a boca. Tudo o que ela precisará para ganhar será fugir dos debates, entrevistas e comícios. Nada mais.

Renato C. Rezende disse...

Walter, concordo com você que há ânimos animosos e desejosos quanto ao debate referente à ditadura, por parte do PT. Há do outro lado também, não negue.

Só acho que oposição caiu numa crítica fácil. O discurso da Dilma é muito maior (e o preconceito quanto a ela dever "fugir dos debates" para eleger-se é latente aí) do que o ponto específico. O Emir, com efeito, atua como um Reinaldo Azevedo da esquerda, enche o saco, sim.

Acho que o Serra ainda não tem uma proposta política clara (nem a Dilma tem, no momento) porque está em elaboração de campanha. O momento é esse, de elucubração, creio eu, embora estejam acusando-o de não ter. Agora, se ele será eleito, como você afirma, não sei: não me arrisco a falar isso de nenhum candidato hoje.

Ainda sobre o discurso da Dilma, estranha-me o movimento do Noblat. Por que foi tão claro em pedir desculpas e depois "voltou atrás"?

Parece que ao menos teve um gesto de coragem, diferentemente do que o Emir escreveu, que me parece uma bobagem (no mais das vezes está chato o blogue dele ultimamente).

De minha parte, pretendo encarar a candidatura Serra no momento em que ela se mostrar madura - ou quando o tempo devido do calendário eleitoral chegar (julho/agosto). Tomá-lo como derrotado agora é arrogância. Quero isso pra mim não.

Felipe Leal disse...

Post interessante do NPTO sobre o assunto: http://napraticaateoriaeoutra.org/?p=5854

Renato C. Rezende disse...

Antes que eu me esqueça! A edição que contém a reportagem do Valor citada no post é de 08/04/2010! Abraços!

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