segunda-feira, 5 de abril de 2010

UFRB e Veja: o mar virou sertão

Uma das fantasias com que mais frequentemente se tem travestido a legião dos neoconservadores brasileiros é a de detentores de alta cultura em cruzada contra hordas de ignaros, principalmente ligados a sindicatos ou movimentos sociais.

Pois bem. Nesta semana, seguindo a agenda da hora, a Veja publicou reportagem com críticas à Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB), uma das instituições de ensino superior criadas no governo Lula. Em resposta, o reitor da universidade publicou nota de esclarecimento de que destaco esse trecho:

"Em sua primeira indagação, felizmente não publicada, o repórter da Veja se referiu à UFRB como um 'elefante branco no meio do sertão'. Além de grosseira, a pergunta demonstra um total desconhecimento da realidade brasileira e da geografia de nosso País. Como sabemos, a UFRB está situada no Recôncavo, região, por princípio, litorânea. Noutro momento o jornalista perguntou qual o sentido de uma universidade pública naquele deserto. Explicamos que, segundo historiadores e geógrafos, estávamos numa região de vida urbana notável desde a época colonial." (A íntegra aqui.)

Sim, as terras que circundam a nossa querida Baía de Todos os Santos, onde chegaram os ascendentes desse pessoal interessado no desenvolvimento autônomo do que hoje é o Brasil, se transpuseram de repente para o sertão, invertendo os termos da profecia de Antônio Conselheiro. Terá a repórter aprendido geografia e história do Brasil nas apostilas do ensino público paulista cuja destruição vem sendo lamentada pelo guardiões da cultura e da civilização? Vale lembrar do material didático que inovou ao duplicar o Paraguai, reproduzido acima.

E terá o principal blogueiro da Veja chamado sua pupila de apedeuta?

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