terça-feira, 13 de abril de 2010

Responder não ofende... (2)


Réplica de Walter Dos Santos ao último post de Renato Rezende.
Renato, 

Após ter lido seu texto, meu amigo, comento e respondo o seguinte: 

1. Não, eu não "escorreguei na leitura ou perdi a honestidade intelecutal", nem dei entender quaisquer das outras coisas das que você inferiu por extensão das minhas palavras. 

Jamais eu sugeriria que você fosse insensível ao sofrimento alheio, tendo podido conhecer seu caráter em nossos 10 anos de amizade e sabendo da sua participação em trabalhos sociais na época da disciplina do Prof. Nilton. 

2. Se você, os colegas do blog e os leitores do Caos à Política relerem minha postagem "Com barbas e imagens se (des)fazem as ideologias" poderão examinar e comprovar os seguintes pontos (embasados por trechos da postagem original): 

a) eu usei a palavra "silêncio" apenas para referir-me aos textos do colega Ricardo;
b) para comentar as suas postagens eu escolhi os termos e expressões: "homenagem prestada por Renato Rezende" e "o meu amigo Renato Rezende apenas comentou a loucura do inusitado";
Um caso emblemático foi o site do jornalista Paulo Henrique Amorim, com o sugestivo título: "Leandro: professor carrega policial ferido. O mundo bizarro de José Serra". Justiça seja feita, experiências também partilhadas por este blog, tanto em momento de silêncio de Rodrigo Cerqueira, quanto em homenagem prestada por Renato Rezende. (...) 
A descoberta foi tão aterradora e medonha que o site do Paulo Henrique Amorim não corrigiu a informação, o colega Ricardo Cerqueira continua no silêncio e o meu amigo Renato Rezende apenas comentou a loucura do inusitado.
c) em momento algum falei de um suposto silêncio da sua parte em relação à truculência e selvageria sofrida pela policial; d) mesmo tendo usado a palavra "silêncio" para descrever as postagens do colega Ricardo, pode-se observar claramente no texto que eu abordo o silêncio sobre A NOVA IDENTIDADE DO RAPAZ BARBUDO, não sobre o sofrimento a que foi submetido a policial agredida.
A descoberta foi tão aterradora e medonha que o site do Paulo Henrique Amorim não corrigiu a informação, o colega Ricardo Cerqueira continua no silêncio e o meu amigo Renato Rezende apenas comentou a loucura do inusitado.
3. Reiterando, meu comentário não "dá a entender que você apenas prestou solidariedade a quem ajudou". Fui extremamente direto e claro ao apontar no texto o conflito narrativo enxergado pelos esquerdistas na construção do efêmero mito construído a partir da foto. Trata-se, conforme apontei no texto, de um conflito entre OS PROFESSORES PAULISTAS (figuratizado pelo jovem barbudo) versus O PRESIDENCIÁVEL SERRA (representado pela soldado agredida).
O jovem barbado seria um professor paulista da rede estadual, uma espécie de novo heroi urbano a defender não apenas os sindicalistas reprimidos pela política neoliberal. Como convém a todo campeão da justiça e do bem, seu código moral seria tão benevolente a ponto de socorrer mesmo um agente do seu pior inimigo, ferido na batalha contra o maligno presidenciável. Traços como juventude, ligada à renovação, e a luta política, associada ao idealismo, encaixavam-se perfeitamente com o arquétipo dos herois antigos e modernos ainda presente nas mentes contemporâneas.  (...)
Como o mendigo disfarçado não era o Ulisses homérico, os deuses de nossa odisseia esquerdista votaram-se contra o jovem barbado. Um agente escuso infiltrado no exército de resistência ao neoliberalismo, um espião vil do malévolo presidenciável José Serra, um emblema da maquiavélica polícia militar paulista, mais um caso conhecido de pessoas que incitam pacíficos manifestantes à violência contra as forças policiais... Uma arma odiosa das elites, burguesia e neoliberais reunidos em conchavo para jogar a opinião pública contra os movimentos sociais!
Foi essa leitura ideológica, partilhada por você, Renato, que tentei evidenciar na minha postagem. Já te comentei em e-mail particular como prezo e valorizo sua amizade. Jamais escreveria algo que sugerisse ou desse a entender quaisquer traços de maniqueísmo, sadismo ou insensibilidade presentes em seu caráter moral ou visão político-social. Longe de mim tal coisa! 

Do seu amigo que pretende continuar a ser mesmo quando vier o reumatismo e a rabugice (rsrsrs),
Mestre dos Magos

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