terça-feira, 20 de abril de 2010

Os neocons, os caça-fantasmas

Luiz Carlos Azenha faz, em post recente do seu blogue "vi o mundo", um brevíssimo histórico dos neocons relacionando-os ao Instituto Millenium. Olhem esse trecho:

"Foi um avanço contínuo o dos neocons, que desaguou no controle quase completo do Partido Republicano e da máquina de governo durante o governo de Bush Jr. Grosseiramente, podemos dizer que eles trabalharam pela privatização da política externa e das próprias guerras que pregaram, ora contra os comunistas, ora contra Saddam Hussein, ora contra os islamofascistas, seja lá o que isso for. O importante é criar um inimigo, para justicar a destruição dele.

Abrigados em um emaranhado de think-tanks financiados pelos capitães da indústria, os neocons ocuparam espaço na mídia e disseminaram suas ideias através de seminários e grupos de trabalho paralelos à burocracia oficial. Pode-se dizer que nunca tão poucos, sem um voto sequer, conseguiram tanta influência sobre políticas públicas.

O que nos traz de volta a esse arremedo neocon tardio que é o Instituto Millenium, cujo objetivo central é atender aos interesses da minoria com “complexo de maioria”. Quem está vivo e percebe o que se passa à sua volta perceberá quantas vitórias os neocons brasileiros já obtiveram nos confrontos com o governo Lula através da formulação de crises midiáticas."

Exemplo recente dessas crises midiáticas foi evidentemente o bombardeio ao PNDH, sobretudo no que diz respeito a discussões sobre o controle dos meios de comunicação. Sobre isso pretendo voltar com mais cuidado quando puder. Emblemático foi que, na entrevista com Lula ao Canal Livre, a pergunta a respeito de supostos atentados à liberdade de imprensa foi feita por Boris Casoy, outrora participante do Comando de Caça aos Comunistas (CCC) em São Paulo.

Azenha diz no texto, de passagem, que se inclui entre os que não considera o governo Lula tão de esquerda assim, o que não é nenhum absurdo.

O engraçado é que acusam a existência de uma patrulha ideológica dos petistas, pronta a distorcer a realidade e assassinar a liberdade de expressão, enquanto caçam fantasmas de stalinismo em qualquer projeto mais ousado de mudança. Alguém já disse que, sendo esse pessoal tão esclarecido, certamente não acreditariam em tais fenômenos ectoplásmicos, logo um outro mundo deve mesmo ser possível.

Não consigo ver forma mais otimista de encarar esse novovelho conservadorismo brasuca.

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