Para ajudar seu padrinho político, o presidente Lula, a elegê-la como sucessora, a candidata petista Dilma Rousseff vai precisar controlar a língua.
Texto publicado originalmente na coluna de Adriana Vasconcelos de 12/04/2010. – Walter Dos Santos
Sua primeira semana de pré-campanha acabou sendo desastrosa do começo ao fim.
Na segunda passada, Dilma desagradou um de seus principais aliados dentro do PMDB, o governador Sérgio Cabral, ao trocar afagos com o casal Garotinho.
Na sua passagem por Minas Gerais, conseguiu de uma só vez constranger os dois petistas mineiros que disputam a vaga de candidato ao governo do estado — o ex-ministro Patrus Ananias e o ex-prefeito Fernando Pimentel.
Isso sem falar da irritação do candidato do PMDB à sucessão mineira, o senador Hélio Costa, que ameaçou apoiar a candidatura do tucano José Serra depois que Dilma admitiu, numa entrevista à rádio Itatiaia, uma aliança informal nas eleições deste ano com o governador tucano Antonio Anastasia, candidato à reeleição com o apoio do ex-governador Aécio Neves, numa dobradinha que ela chamou de "Anastadilma".
Dilma terminou a semana num evento em São Bernardo do Campo ao lado do presidente Lula.
Mas a presença de Lula não evitou que a ex-ministra escorregasse novamente nas palavras: ela acabou provocando uma nova onda de constrangimentos ao justificar sua opção pela luta armada durante o regime militar.
Ao declarar que não fugiu do combate à ditadura, Dilma questionou a postura de outros políticos de sua geração que optaram pelo exílio.
Entre eles o seu ex-companheiro da época em que militava no PDT: o ex-governador Leonel Brizola.
Isso, sem falar de outros ícones da esquerda brasileiras, como o ex-governador Miguel Arraes, de estrelas tucanas como o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e seu adversário na disputa presidencial deste ano, o ex-governador José Serra, e até mesmo de companheiros petistas como o assessor especial da Presidência, Marco Aurélio Garcia.
Vale lembrar que foram declarações infelizes que levaram o hoje deputado Ciro Gomes (PSB-CE) a jogar por terra qualquer possibilidade de vitória na disputa presidencial de 2002.
Na época, Ciro, então candidato à Presidência pelo PPS, viu sua trajetória de crescimento nas pesquisas de opinião despencar, depois que declarou que o papel de sua mulher — a atriz Patrícia Pillar — na campanha era dormir com ele.
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