Tréplica de Walter Dos Santos ao último post de Felipe Leal.Felipe escreveu nas respostas 2 e 4:
>>>O apoio que eu vinha fazendo aqui no blog à greve dos professores não me parece conduzir diretamente a uma conivência com os serviços secretos de Cuba, China, Coreia do Norte, Venezuela e Rússia (ex-URSS) (...). E não entendi como a segunda pergunta é a mesma, em outros termos, a não ser que os professores sejam agentes daqueles órgãos de inteligência.
>>>Tampouco considero correto fazer a generalização contrária, reduzindo um movimento com reivindicações legítimas e de interesse de toda sociedade a uma baderna de arruaceiros.
eu digo:
Fico feliz e surpreso por você não ser conveniente com os regimes de esquerda mencionados. Lula, Celso Almorim, a bancada governista, os blogs petistas e os dirigentes dos movimentos sociais estabelecidos no Brasil esbanjam simpatia e fazem silêncio aos desmandos e abusos cometidos nesses países.
A pergunta é a mesma, sim. Você afirmou com todas as letras, ainda que apressadamente, que agentes infiltrados como aquele policial instigam a violência em manifestações assim. Não chamei todos os grevistas de "bandidos arruaceiros", usei o singular para o grevista que mandou a paulada na cara da policial. Fui bem claro ao afirmar que condeno a generalização maniqueísta de todas as greves como legítimas e de todos os seus manifestantes como pessoas de bem lutando contra a opressão.
Só para constar, questiono a legitimidade e interesse social de pedir 30% de aumento salarial, parar as aulas das crianças e jovens pobres, interromper o já caótico trânsito paulista, queimar livros escolares, agredir autoridades com ovos e pauladas, escolher um ano eleitoral, participar do comício petista um dia antes da assembleia e afirmar publicamente que querem atrapalhar o governador.
Felipe escreveu nas respostas 5 e 6:
>>>Mais uma vez, o pressuposto é falso. Não disse que "os que provocam atos violentos... etc."
>>>Ao contrário de você, eu não sei se houve agente infiltrados para "enfraquecer a índole pacífica" de ninguém.
eu digo:
Concordo que você não tenha dito com todas as letras que TODOS os atos violentos presentes nos movimentos sociais são cometidos por agentes infiltrados. Contudo você disse com todas as letras ter presenciado casos semelhantes em que agentes infiltrados instigaram a violência contra os policiais.
>>>Mais uma vez, o pressuposto é falso. Não disse que "os que provocam atos violentos... etc."
>>>Ao contrário de você, eu não sei se houve agente infiltrados para "enfraquecer a índole pacífica" de ninguém.
eu digo:
Concordo que você não tenha dito com todas as letras que TODOS os atos violentos presentes nos movimentos sociais são cometidos por agentes infiltrados. Contudo você disse com todas as letras ter presenciado casos semelhantes em que agentes infiltrados instigaram a violência contra os policiais.
Os estudos sobre a linguagem mostram que tão importante quanto o dito num discurso é o não dito: o que fica nas entrelinhas, o oposto do que é afirmado ou negado por alguém. E o seu não dito foi claro nessa direção: você TESTEMUNHOU, AFIRMOU e ATRIBUIU atos violentos a agentes infiltrados. Logo, você TESTEMUNHA, AFIRMA e ATRIBUI a agentes dos movimentos social a impossibilidade da violência nas manifestações. Isso não é extrapolar as suas palavras além dos limites naturais, como condena Schopenhauer, mas verificar as implicações do seu discurso.
Felipe escreveu na resposta 7:
>>>Difícil julgar policiais individualmente. Contudo, para que houvesse covardia, não seria necessário haver diferença de forças? Alguém desarmado, contra alguém armado?
>>>Se por truculência entende-se violência, de fato seu ato foi violento, mas a palavra me parece carregar um quê de crueldade que não se aplica a primeiras ou segundas pedras lançadas no calor desse tipo de embate, e sim ao que fazia o DOI-CODI e ao que faz PARTE DA polícia que espanca crianças e adolescentes, executa jovens de periferia sem nenhuma ligação com o crime - como ocorreu na época dos ataques do PCC - e extorque comerciantes.
eu digo:
Com ou sem diferença de forças, a violência é o último e o pior recurso a ser utilizado numa negociação de interesses ou resolução de conflito.
Numa sociedade em que vigora o Estado Democrático de Direito, como é o caso do Brasil atual, as forças de repressão policiais usam armas de efeito moral apenas quando a situação passa do controle e não pode mais ser contida. Quando os manifestantes atuam como kamikases e partem para a violência moral e física contra os policiais, eles agem, sim, com truculenta covardia e posam-se de falsos mártires para a opinião pública depois.
Que fique bem claro que não defendo os métodos utilizados pela ditadura militar. Mas aproveitando a sua deixa, igualmente não defendo a resistência armada praticada pela esquerda que hoje está no poder. Muitos, embora NÃO TODOS, torturados nos porões do DOI-CODI planejaram e executaram assassinatos, roubos e sequestros contra civis inocentes durante os anos de chumbo. Uma lista de todos os civis mortos pelos terroristas de esquerda pode ser encontrada na coluna de Reinaldo Azevedo de 12/01/2010.
E a História é muito clara ao apontar a ligação direta entre esquerdistas presos e bandidos comuns nas prisões do regime militar, com os primeiros ensinando aos últimos estratégias e táticas de guerilha urbana. Até a Wikipédia registra que o Comando Vermelho "foi criado em 1979 na prisão Cândido Mendes, na Ilha Grande, Rio de Janeiro, como um conjunto de presos comum e presos políticos de esquerda membros da Falange Vermelha, que lutaram contra a ditadura militar".
Desculpe a franqueza, mas defender uma violência menor (a dos movimentos sociais) com outra maior (a do Doi-Codi e polícia) é, digamos, temerosa.
Agressão é agressão em qualquer contexto: a diferença das armas (pedras ou tiros, socos ou cacetetes) depende apenas do que você tem na mão no momento. Liberdade, diálogo e paz não são ou não devem ser palavras arbitrariamente usadas num discurso e não em outro. Eu levo a sério esses 3 ideais tanto se a situação me convier quanto se ela me for desfavorável, se eu estiver no poder ou no front, com a maioria ao meu lado ou na fileira da minoria.
Fazer o contrário é discurso de ditador.
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